quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Morta



Sentiras o que sinto?
Saberás o que é estar só?
Pois eu digo te
é sentir o vazio
num corpo apenas
pensar em quais são
os meus dilemas.

Navegar num rio de almas
onde a minha se encontra cremada
caber me a a mim um dia
entrar nessa parada

tentei dar o meu coração
mas cheio de sangue devolveram mo
com os espinhos das rosas
que me ofereceram

tentei sair e sentir me diferente
do que sou, toda a gente comenta,
mas não resultou
sai ilesa da minha tentativa de fuga

as vezes nem o que me mais me satisfaz
na minha vida, me ajuda
sinto me tão morta...

conquistar o que quero
também não ajuda
mas afinal, o que faço perdura?

num coração gélido
dentro de mim
tento não quebrar
o que sobra de mim
indo ao mar e sobre as ondas olhar
o céu azul por cima do que mais posso alcançar

a melodia que soa por entre meus dedos
desfaz a sombria altitude da minha vida
que fora perdida, desde o dia em que comecei a gritar.

Longa vida a morte que me faz companhia
um dia viverei por minha alegria
onde ensinas te o ser morto a ser vivo
a sair do seu abrigo

acompanha pela estrada escura
a estrela guia da amargura
oh vida de alegria
sorri me um dia
antes de morrer a morte mortal
para saber o que é
ser feliz afinal.

Ilustração por Victoria Francis
Texto por Helena Amado

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